quarta-feira, 23 de setembro de 2009

As coisas MUDAM...só ñ quero levar pro pessoal

Último fim de semana antes de começar mais um período letivo, uma mistura de ansiedade, nervosismo e melancolia me invadia, pois as férias acabavam e segunda-feira além de recomeçar as aulas, estaria numa escola nova, com novos professores e novas amizades, pelo menos assim eu esperava.

Era manhã de sábado, papai lavava o carro lá fora, eu estava arrumando meu quarto quando escutei mamãe me chamando,a encontrei na lavanderia, tirando as roupas da máquina de lavar e colocando na secadora.

- Me chamou, mãe?
- Sim, querida. – ela disse parando o que estava fazendo e se virando pra mim, passando a mão no rosto tirando o suor. – Por favor, eu me esqueci de pegar a roupa do Rob para lavar e ele não me escuta com aqueles malditos fones no ouvido o tempo todo, você faria o favor de pedir pra ele trazer pra mim?
- Claro. – respondi.
- Obrigada, meu bem.
Subi as escadas e bati na porta do quarto dele, desde o incrível mais assustador episódio eu não tinha mais ido lá, por isso me sentia um pouco desconfortável agora. Ele não atendeu, bati de novo, nada.
- Droga! – comecei a literalmente socar a porta com as duas mãos.
- Que foi, o mundo acabou? – ele disse abrindo de sopetão, mas foi tão rápido, que não tive tempo de parar, perdi o equilíbrio indo com toda força em cima dele,caimos os dois no chão do quarto, comigo por cima.
- eeeiita pooorra mariina! Ficou maluca caralho – ele disse zangado.
- A culpa é sua! Você nunca tira essa droga do ouvido! – respondi irritada.
- Puxa, começaram a suruba e nem pra me chamar em rob! – ouvimos uma voz dizer da porta, levantei como um raio, ergui os olhos e me deparei com o sorriso cínico de Aléx Sturridge, o melhor amigo do Rob, que estava encostado no umbral.
- Você tem uma mente poluída, sabia? – rebati.
- Bom dia pra você também, Marina – ele respondeu com aquele sorriso irritante.
- Oi, cara, bom te ver, voltou quando? – Rob disse sorrindo, nem tinha se abalado, já estava acostumado com as besteiras do aléx.
- Acabei de chegar, encontrei seu pai lá fora e ele me disse que podia entrar. Mas se eu soubesse que ia interromper um momento tão “delicado”, não tinha vindo sem me anunciar primeiro.- virei pro Rob ignorando o idiota.
- Mamãe está pedindo sua roupa suja. – ele olhou pra mim.
- Ah, tá. – respondeu e começou a catar todas as roupas que estavam espalhadas pelo quarto, que não eram poucas e pegou mais algumas dentro do guarda roupa. – Pronto, pode pegar. – ele disse na minha frente.
- E lá eu tenho cara de empregada? Deixa de ser preguiçoso e vai lá entregar pra ela. – Rob era muito abusado, se eu desse uma mão, ele ia pedir o braço.
- Nossa, sua irmã continua o mesmo “doce” de pessoa. – disse Aléx só pra me chatear.
- E você continua o mesmo babaca. – eu estava espumando de raiva.
- Ok, agora chega de “elogios”. Você, fora do meu quarto – disse pra mim – Aléx, espera aqui que eu já volto. - saí na mesma hora. - Certo, mas não demora que eu quero te contar sobre umas francesinhas fantásticas que conheci na viagem. – ouvi Aléx dizer quando passei por ele.
Pra completar meu dia “perfeito” o Alex ficou pra almoçar, eu mereço! Mas não posso culpá-lo muito, a macarronada com almondegas da mamãe era famosa. Além desse motivo ele tinha vizivelmente uma quedinha pela Char, passou o almoço inteiro olhando as pernas dela e ela o ignorava totalmente, pra minha alegria.
Depois do almoço nossos pais foram para uma sorveteria e eu e as meninas resolvemos ficar de bobeira no quintal, a Char estava sentada na escada pintando as unhas, Juuh lendo uma revista de fofoca deitada numa toalha e fiquei do lado dela acabando meu Harry Potter, até que chegaram os meninos com uma bola de volley.
- E aí meninas, que tal uma partidinha? – Aléx perguntou se virando esperançoso pra char.
- Tô fora. – ela respodeu pra minha satisfação e decepção do Alex – Acabei de fazer as unhas.
- Eu topo! – disse juuh – Você vem, Marina?
- Topo. – respondi só pra ter o prazer de tirar aquele sorriso bobo da cara do Aléx.
Fiquei assistindo os meninos colocorem a rede de volley, quando eles terminaram, me levantei
- Meninas contra meninos? – perguntou o bobão.
- Acho que não vai dar certo, vocês dois juntos vão ter vantagem já que são bem mais altos que a gente, melhor dividir. – sugeriu Julia. – fiz uma careta ao ouvir aquilo – Que foi? – ela perguntou olhando pra mim – revirei os olhos e ela entendeu, ela sabia que eu não ia muito com a cara do engraçadinho - Ah, tá... Então que tal, eu e Aléx contra Marina e Rob, pode ser? – felizmente eles toparam.

Alex logo tratou de tirar camisa, aposto que só pra se exibir pra char, que patético! Tiramos a sorte no cara ou coroa pra ver quem começava, eu e Rob ganhamos. Rob sacou e começamos a partida. Eu podia ser baixinha, mas com certeza me garantia, fiz logo o primeiro ponto.
- Valeu, Mari! – gritou Rob rindo pra mim daquele jeito que me fazia virar manteiga, batemos a mãos dando um “gimme-five”.

Terminamos ganhando o primeiro set e já estávamos com vantagem no segundo, quando ao me virar, senti uma bolada nas costas.

- Ai! – reclamei.
- Desculpa, foi mal! – Aléx pediu desculpas, mas não vi arrependimento nenhum na cara dele.
- Tá, tudo bem? – perguntou Rob de longe.
- Tô, ótima. – respondi.
Aguardei o momento certo de revidar e a oportunidade sugiu, Rob levantou a bola pra mim, corri, pulei e saquei com força, a bola foi direto na cara do Aléx.
- Desculpe, foi mal! – repeti a mesma frase dele, ele me olhou roxo de raiva.
- Sua cadelinha!
- Pede desculpas agora,Aléx! – gritou Rob atrá de mim.
- Porra cara, mas foi ela que jogou a bola na minha cara!
- Não interessa! Pede, agora!
- Nem pensar! –Aléx respondeu e Rob se aproximou da rede.
Rob era o cara mais calmo e tranquilo que eu conhecia, mas não queiram ver ele zangado, ele se transformava.
- Se você não pedir agora, te faço pedir. – ameaçou falando baixo com uma veia pulsando na testa.

- Calma, gente, vamos agir civilizadamente. – falou julia tentando acalma-los
- Pede. – insistiu Rob.
- Agora você vai ficar do lado da irmãzinha, é? – Aléx falou de gozação – Esqueceu que sou teu melhor amigo, meu brother?
- Ninguém fala com a Marina assim na minha frente, NINGUÉM. – ele disse frisando bem a última palavra.
- Tudo bem, Rob. – falei me aproximando dele e colocando minha mão em seu braço, mas ele não olhou pra mim, continuava encarando Aléx, aguardando.
Aléx deu uma olhada para nós dois e surpreendentemente deu uma gargalhada.
- Ai quanta frescura! Tá bom... DESCULPA, Marina! – ele disse exageradamente – Pronto, satisfeito? – Rob parecia na dúvida.
- Ok, agora que tudo foi resolvido podemos acabar isso logo de uma vez? – disse Juuh.
Prosseguimos o jogo, placar final, 2 sets a um, ganhamos fácil.
No final da tarde a confusão já estava esquecida, Rob e Aléx já tinham feito as pazes. Mamãe pediu umas pizzas e todos comemos avidamente com muita Coca-cola. Logo depois Aléx se despedia todos, finalmente.
Tomei meu banho lembrando do rosto do Rob me defendendo, ele tinha ficado realmente irritado, mas não pude deixar de sentir uma onde de emoção com o ocorrido e também gratidão. Estava sentada na minha cama acabando de pentear meu cabelo quando o Rob apareceu na porta, segurando seu violão e umas folhas de papel.
- Posso entrar? – ele parecia inseguro.
- Claro. – respondi um pouco surpresa.
Ele se aproximou, puxou uma cadeira colocando perto de mim e sentou-se.
- Será que você pode me ajudar? - ele perguntou.
- Pode falar. – respondi.
Depois do que ele tinha feito por mim hoje, eu até andaria em brasas se ele me pedisse.
Ele me estendeu as folhas de papel, eu peguei e olhei pra ele.
- Aprendi essa música essa semana na aula de violão, meu professor disse que é uma música brasileira muito famosa, eu tenho a letra em inglês mas eu queria ouvir como ela soa no original em português.Você cantaria pra mim enquanto eu toco?

Olhei pra folha e li o título: “Garota de Ipanema”.
- Conheço essa música, mas não escuto faz muito tempo e meu português deve estar meio enferrujado.
- Não tem problema, faz assim, eu canto uma vez em inglês mesmo só pra você pagar o ritmo, depois é a sua vez.
- Tá bom. – respondi insegura – Mas não vai rir de mim!
- Combinado. – ele disse dando aquele sorriso de matar.
Ele pegou o violão posicionando na perna, logo começou a tocar, enchendo meu quarto com a melodia e começou a cantar com sua voz macia.
“Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor”
Quando ele acabou, eu estava sem fala, ele tinha cantado com tanta simplicidade e sentimento, quase infartei quando ele levantou o rosto no final, cantando a última estrofe me olhando nos olhos.
- E aí, foi tão ruim assim? – ele perguntou sem graça já que eu contianuava muda.
- Nananão! – gaguejei – Foi incrível, adorei!
- Sério? – ele disse alegre.
- Você arrasou! – confirmei.
- Tá legal, agora é a sua vez. – ele olhou minha cara de apavorada e sorriu – Pode deixar, não vou rir, prometo. - ageitou o violão novamente - Pronta?
- Não, mas pode começar. – falei trêmula.
Comecei a cantar bem baixinho, com medo de nem saber mais pronunciar direito, mas para minha surpresa, minha língua desenrolou e na segunda estrofe comecei a me desinibir, ele sorria pra mim me estimulando a continuar, olhei pra ele e vi os pelos de seu braço todos arrepiados, ele ficou vermelho quando percebeu que eu tinha visto essa reação. Terminei me sentindo super bem.
- Agora é a hora que você começa a jogar os tomates e ovos podres? – brinquei.
- Hum, sabia que tinha esquecido de trazer alguma coisa! – rimos juntos - Brincadeira, Marina! Vamos tentar mais uma vez? Agora vou gravar no meu MP4. – disse tirando o aparelhinho do bolso, fizemos então mais uma vez, agora eu me sentia mais confiante e soltei a voz
- Olha, adorei a música em português, soa muito melhor com a melodia e devo confessar, fica muito mais... romântico. – ele disse quando terminamos.
Depois disso eu não sabia mais o que dizer, a gente se olhava timidamente e o Rob sem graça comecou a dedilhar o violão, como alguém conseguia ser tão atrapalhado e fofo ao mesmo tempo?
- Que dane-se a timidez! – pensei.
Me aproximei rápido e dei um beijinho na bochecha na dele, ele congelou a arregalou os olhos.
- Obrigada, isto é por você ter me defendido hoje a tarde. – me virei e beijei a outra bochecha – E isto por tar cantado essa música linda pra mim. – voltei a sentar na cama.
- Humm... Er... De nada. – ele se levantou abruptamente - Acho... acho melhor eu ir agora pra ensaiar mais, outro dia a gente tenta de novo.
- Claro. – falei calmamente.
Não tive como não rir vendo o Rob sair tropeçando em tudo...

Você ja me ajudou bastante...obrigado

Gente ta GRANDÃOOO...espero que gostem,e desculpe pela demora =/


Mais tarde a noite, sozinha em meu quarto, deitada na minha cama pensei em como minha vida mudara em pouco mais de um ano.


Meus pais eram filhos de imigrantes brasileiros e eu há via nascido em Londres, então cresci aprendendo a falar as duas línguas, português e inglês.

Mas cerca de 1 ano atrás meus pais faleceram num acidente de carro e como não deixaram parentes conhecidos, fui parar num orfanato, onde havia ficado até o dia de hoje. Enfim cansada com as emoções daquele dia adormeci profundamente.


Na manhã seguinte desci para tomar o café da manhã e só encontrei meu pai na cozinha.


- Bom dia, acordou cedo. – ele disse


- Gosto de acordar cedo. – respondi e ele me olhou surpreso


- Verdade? Então finalmente alguém nessa família além de mim tem esse hábito. – disse brincalhão – Seus irmãos estão aproveitando as férias para dormir mais um pouco. – eu apenas sorri levemente


- O que vai querer? - disse abrindo a geladeira – Temos suco, leite, pão, queijo, geléia, cereal e alguns waffles.


- Suco, pão e queijo está ótimo pra mim.


Ele foi colocando tudo na mesa.


- Sirva-se a vontade, agora esta é sua casa também, o que inclui a geladeira. – e deu uma piscadela pra mim e sorri pra ele.


Gostei daquele novo pai, ele me deixava sempre muito a vontade.

Comemos os dois em silêncio, ele lendo o jornal e eu os quadrinhos e esse padrão que começou ali naquele dia durou muitos anos, nos tornamos companheiros matinais, pois adorávamos comer aproveitando o silêncio da manhã, desfrutando dos poucos momentos de tranqüilidade antes de toda família chegar fazendo barulho. Porque como logo percebi se tem uma coisa que os Pattinson faziam era falar, falar pelos cotovelos, verdadeiras metralhadoras verbais e eu me tornei a Pattinson silenciosa e meu pai adorou esse meu jeito.


- Qual a idade dos meus irmãos¿ - perguntei


- Julia tem 13, Char 12 e Rob 10. – respondeu automaticamente sem levantar a cabeça do jornal.


- Então agora sou a caçula? - retruquei depois de pensar durante um tempo, já que eu tinha 8 anos.


- Sim, vc é nossa nova caçulinha e isso vai ser muito bom pro Rob, sabe? - ele disse erguendo a cabeça um pouco – Rob já estava ficando muito mimado.

Enquanto acabava de comer fiquei ruminando aquela informação, então talvez fosse esse o motivo da recepção do Rob ter sido a única mais fria, talvez ele estivesse com ciúme de ter perdido sua posição de filho caçula e fiquei preocupada.


Depois de papai sair para trabalhar começaram as atividades normais da casa, eram férias de inverno e o frio era intenso, neve caia ou lá fora e passamos o dia brincando dentro de casa e vendo TV. De tarde mamãe preparou um delicioso chocolate quente acompanhado dos típicos biscoitinhos ingleses de gengibre.


- Quer jogar damas char? - perguntou Rob ainda de boca cheia.


- Ah, hoje não, to loca pra acabar de ler um livro. – ela resmungou


Rob se virou para Julia mas ela acabava de atender o telefone e conversava animada com uma amiga. Ele olhou rapidamente pra mim e depois baixou os olhos carrancudo.


Fiquei indecisa mas por fim resolvi ser corajosa.


- Sei jogar se você quiser brincar comigo. – ele me olhou supreso por um momento e depois sacudindo os ombros respondeu.


- Pode ser.


Sentamos no carpete da sala de pernas cruzadas de frente um pro outro com o tabuleiro entre nós.


Modéstia parte eu jogava bem, mas deixei ele ganhar a primeira partida, não achei sábio humilhar logo de cara alguém que poderia me achar uma possível rival de sua posição na família.


Seguiu-se uma sucessão de partidas e percebi que ele também era bom jogador. Em determinado momento quando me concentrava numa possível jogada, ergui os olhos de repente e peguei-o desprevenido me olhando intensamente, ele procurou disfaçar fechando a cara e baixando os olhos pra partida, mas em seguida disse baixinho.


- Gosto dos seus olhos.


- Meus olhos? - perguntei confusa.


- Sim, são diferentes.


- Como assim?


- Ah, todos aqui em casa tem olho claros...com excessão da char, então é bom ter algo diferente pra variar. – ele respondeu ficando vermelho.


- Acho tão comum, de onde vim todo mundo tem olho castanho. – ele ergueu o rosto e olhou pra mim com atenção.


- Arregala o olho. – franzi a testa, mas fiz o que ele pediu.


- Mas eles são claros, meio dourados, mais pra mel. – ele disse enquanto analisava, pisquei os olhos nervosa, não estava acostumada com um menino me olhando tão de perto, ainda mais aquele em especial.


Por fim resolvi olhar também nos olhos dele e mergulhei num mar azul. De repente ele fechou os olhos e disse firme:


- Cansei de jogar. – e começou a catar as peças do jogo, levantando-se em seguida.


Mamãe apareceu na porta.

- Rob, porque você não chama sua irmã pra ver TV no seu quarto com você? - ela sugeriu.


- Por que eu ia querer a juuh e a char lá? - ele respondeu.


- Estava me referindo a Marina, afinal vocês tem quase a mesma idade.


- Ah! – exclamou sem graça, se dando conta do furo.


- Não, mãe. – respondi apressada antes que ele respondesse – Acho que vou pro meu quarto escutar música agora. – reparei no alívio evidente no rosto de Rob quando eu disse aquilo.


- Então está bem. – mamãe disse enquanto ia pra cozinha.


Corri pro meu quarto passando por Rob, lá chegando entrei e fechei a porta respirando fundo.


O Natal foi uma ocasião maravilhosa e assustadora, maravilhosa porque seria o meu primeiro novamente em família e assustadora porque eu seria oficialmente apresentada a toda família, leia-se então avós, tios, primos e até um tio-avô completamente surdo.


Até hoje lembro do meu vestido, de veludo, num tom de vermelho escuro, quase vinho, mangas compridas e golas brancas de renda, lembro da Juuh e da Char arrumando meu cabelo, colocando uma fita da mesma cor do vestido.


Na hora H quem disse que eu saia do quarto? Nenhum argumento utilizado foi forte o suficiente para me fazer mudar de idéia.Travei completamente, eu estava apavorada demais imaginando ter que encarar um monte de adultos e crianças estranhas e respondendo perguntas inconvenientes. E se não gostassem de mim? Se me achassem diferente ou ate estranha?

Fiquei deitada na minha cama, deitada de costas pra porta, vendo a neve cair, ouvindo os convidados chegando la em baixo, enquanto lagrimas silenciosas rolavam por minha face.



Ouvi a porta do quarto se abrindo e se fechando, mas não me virei, escondi meu rosto no travesseiro.
- Você não vai descer mesmo? – disse uma voz baixa atrás de mim, me virei abruptamente, me sentando ao ouvir aquela voz, era ele, era Rob.
Não conseguia falar, só mexi com a cabeça de um lado para o outro em resposta, ele suspirou.
- Por que? – insistiu.
Olhei pra ele, pro rosto dele, procurando por algum sinal de malícia ou gozação, mas só encontrei calma e sinceridade.
- Estou com medo. – disse por fim.
Ele parou de me olhar e caminhou em direção a janela, ficando de costas pra mim.
- As vezes eu também tenho medo.- ele falou.
- Verdade? – perguntei fungando o nariz.
- Sim, gente me olhando sempre me deixa nervoso. – ficamos um momento em silêncio, até que ele se virou pra mim de novo – Você quer saber o que eu faço quando me sinto assim?
- Sim. – respondi baixinho.
Ele caminhou e sentou-se na beirada da minha cama.
- Eu conto mas você tem que prometer nunca dizer isso pra ninguém, promete? - Prometo. – disse aguardando.

- Certo, então esse vai ser o nosso segredo. – ele parecia indeciso de como começar - Quando estou assim nervoso ou com medo de enfrentar um monte de gente estranha, eu fecho os meus olhos e me imagino num palco, como se fosse um teatro e estou ali para atuar, para representar uma cena ou para dizer um texto e não tem ninguém na platéia, então posso ser o que quiser naquele momento, posso dizer o que eu quiser porque sei tenho um lugar onde estou protegido, onde não tem ninguém para me julgar. Então quando imagino isso fico mais calmo e faço o que tenho de fazer. Você quer tentar?
- O que?
- Fechar os olhos e fazer de conta que está num palco, pode te ajudar.
Olhei pra ele indecisa e ele sorriu, um sorriso tão lindo e tão doce que me desarmou completamente, foi a primeira vez que ele sorriu pra mim e foi aquilo que fez decidir, me sentei mais reta na cama, fechei os olhos suspirando e procurei imaginar o que ele tinha dito, aos poucos senti que relaxava, no final estava me sentindo até um pouco sonolenta. Abri os olhos ao sentir uma mão no meu ombro.
- Funcionou? – ele perguntou tranqüilo e agora era eu que sorria pra ele.
- Sim, - respondi
- Então... Você desce comigo? Prometo que fico do seu lado o tempo todo. – ao ouvir aquilo senti meu coração batendo mais forte.
- O tempo todo, promete mesmo? – eu não conseguia acreditar.
- Prometo. – ele se levantou da cama e estendeu a mão pra mim - Vamos? – olhei pra aquela mão e estendi a minha, ele agarrou com firmeza, me puchando.
- Essa é minha cor favorita. – ele disse apontando pro meu vestido e senti que corava.
- Sabe, acho que você poderia ser um ator. – disse quando me pus de pé.
- Ator? – ele disse surpreso - Por que diz isso?
- Não sei, mas quando você disse que se imagina num palco ou num teatro, tive essa impressão. Acho que você leva jeito, pense nisso.
- Hum, quem sabe? – ele disse sacudindo os ombros. Ao sair do quarto com ele ao meu lado, só não tive coragem de revelar uma coisa, quando fechei os olhos e vizualizei o palco, eu não me imaginei sozinha, me imaginei com ele....

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Oii Gabi...Alice,

AMEII esses dois blogs...leio desde de ...desde de o contexto *-*
...e tipo assim é muiito MARA os dois *-*



http://sol-dameia-noite.com/


http://stewartpatirsson.com/

Gabi...tipo posso perde vc como leitora,mais o meu blog é tipo
somento o robert é o famoso skas ? ...=/ desculpa a descepção

sábado, 19 de setembro de 2009

Nós conheçendo melhor ;D

Eu acho nunca esquecerei aquele dia, cada imagem está gravada na minha mente...sangue,Cortes e tudo mais.

Era a primeira vez que eu entrava naquela casa...a casa da família Pattinson,guiada pelas mãos da minha nova mãe, seguindo meu novo pai que carregava minha mala.
Passamos por uma cerca baixa no jardim, branca, de madeira, atravessamos todo o jardim subimos aos poucos degraus e passamos por uma porta envernizada. Entramos em uma enorme sala onde penduramos nossos casacos nos cabides na parede.
- Bem vinda, minha querida! Esta agora é sua casa. – disse Paloma, minha nova mãe que estava emocionada, sensível como sempre seria...acho que está beim feliz,eu espero

- Vou chamar os garotos, eles estão loucos de curiosidade! – disse Max, meu novo pai. Nos dirigimos em seguida a uma sala mobiliada com bom gosto,paramos no início da escada que era acesso para o segundo andar.
-Char,Juuh,Rob chegamos!
Eu estava séria por estar tão nervosa e minha mãe percebendo isso me abraçou pelos ombros. Ouvi passos e em seguida três pares de pernas apareceram correndo acompanhados de três pares de olhos ansiosos...
- Crianças, ela chegou, sua nova irmã chegou!

Primeiro vi duas meninas não tão altas, magras uma morena...quer dizer pareçia japonesa..seus cabelos pretos e os olhos combinando...a outra era magra com os cabelos castanhos...mais pra cor de mel,os olhos tbem cor de mel...que assim que me viram sorriram pra mim e em seguida surgiu um lindo menino de cabelos castanhos e olhos cor de mel os e com bochechas rosadas.
- Marina, estes são seus novos irmãos, Charlyni ou Char,Julia ou Juuh e esse garotão é o Robert ou Rob.
- Muito prazer. – respondi timidamente.
- Ficamos felizes que você está aqui, Marina. – disse Julia que parecia ser a mais velha.
- Obrigada, também estou. – falei sorrindo um pouco.
Todos eles me rodearam observando, mas a partir daquele momento e para sempre, quando meus olhos se encontraram com os de Rob, eu soube o que era o amor. Desde que ele surgiu na escada e vi seus olhos, o mundo pareceu menor, porque ele se tornou o meu mundo, aquele menino bonito, que me olhava desconfiado, transformou-se no príncipe encantado dos meus sonhos infantis.
- Quer ver seu quarto? - peguntou Char.
- Sim. – respondi.
Ela pegou minha mão e nós fomos para o quatro juntos subimos a escada. No final da escada tinha um corredor com quatro portas, andamos até o final do corredor e subimos mais uma escada dessa vez menor e dava acesso a uma única porta, ao abri-la entramos no quarto mais lindo que eu já tinha visto, as paredes eram lilás e os móveis brancos, na cama um edredom muito floral e feminino combinava, vi também um guarda-roupa, uma estante com alguns livros e uma mesa com computador. Não acreditava que tudo aquilo era só pra mim e fiquei muda de espanto.
- O que achou? - perguntou juuh animada, como eu continuava muda ela interpretou mal e franziu a testa perguntando. – Você não gostou? - arregalei os olhos.
- Não, adorei, é muito lindo! Isso tudo é só pra mim?
- Claro que sim, mamãe e papai capricharam pensando em você. – disse Juuh – Experimente sua cama, vê se gosta do colchão.
Sentei na minha nova e nem acreditei que estava ali com todos eles. Até esse momento Rob estava parado encostado na porta e não tinha dito nada, só me observava sério. Ele se aproximou de repente, esticou a mão e inesperadamente puxou uma mecha do meu cabelo.
- Ai! – eu reclamei, me afastando dele.
- Rob, o que isso? – gritou Julia zangada.
- Eu só queria ver se são de verdade. – ele respondeu.
- De verdade, como assim? - perguntou char.
- O cabelo dela é tão comprido, cheio e cacheado que não parece de verdade. Queria ver se era uma peruca. – ele disse simplesmente.
Naquele momento eu quis sumir, morria de vergonha.
- Rob, deixa de ser retardado, não está vendo que é de verdade. Repara não Marina, mas nosso irmão é meio leso, faz primeiro e pergunta depois. – disse Char e virando-se novamente para ele explicou – Não é porque todo mundo aqui em casa tem cabelo liso e escorrido que o restante seja falso, né Rob?
- Pede desculpas. – disse Char
- Desculpa. – ele murmurou mal humorado.
- Tudo bem. - respondi, meus olhos estavam cheios de lágrimas reprimidas, eu estava muito triste por aquele menino tão bonito parecer não ter gostado de mim.
Nesse momento chegaram nossos pais perguntando se estava tudo bem, mas quando eles olharam meus olhos, logo perguntaram o que tinha acontecido e as minha novas irmãs contaram, minha mãe ficou uma fera com o Rob. E esse foi o início de um padrão que se repetiu por toda minha vida, eu secretamente adorando o chão que o Rob pisava, o Rob implicando comigo o tempo todo, minha mãe brigando com ele e meu pai tentando acalmar todo mundo.