quarta-feira, 23 de setembro de 2009

As coisas MUDAM...só ñ quero levar pro pessoal

Último fim de semana antes de começar mais um período letivo, uma mistura de ansiedade, nervosismo e melancolia me invadia, pois as férias acabavam e segunda-feira além de recomeçar as aulas, estaria numa escola nova, com novos professores e novas amizades, pelo menos assim eu esperava.

Era manhã de sábado, papai lavava o carro lá fora, eu estava arrumando meu quarto quando escutei mamãe me chamando,a encontrei na lavanderia, tirando as roupas da máquina de lavar e colocando na secadora.

- Me chamou, mãe?
- Sim, querida. – ela disse parando o que estava fazendo e se virando pra mim, passando a mão no rosto tirando o suor. – Por favor, eu me esqueci de pegar a roupa do Rob para lavar e ele não me escuta com aqueles malditos fones no ouvido o tempo todo, você faria o favor de pedir pra ele trazer pra mim?
- Claro. – respondi.
- Obrigada, meu bem.
Subi as escadas e bati na porta do quarto dele, desde o incrível mais assustador episódio eu não tinha mais ido lá, por isso me sentia um pouco desconfortável agora. Ele não atendeu, bati de novo, nada.
- Droga! – comecei a literalmente socar a porta com as duas mãos.
- Que foi, o mundo acabou? – ele disse abrindo de sopetão, mas foi tão rápido, que não tive tempo de parar, perdi o equilíbrio indo com toda força em cima dele,caimos os dois no chão do quarto, comigo por cima.
- eeeiita pooorra mariina! Ficou maluca caralho – ele disse zangado.
- A culpa é sua! Você nunca tira essa droga do ouvido! – respondi irritada.
- Puxa, começaram a suruba e nem pra me chamar em rob! – ouvimos uma voz dizer da porta, levantei como um raio, ergui os olhos e me deparei com o sorriso cínico de Aléx Sturridge, o melhor amigo do Rob, que estava encostado no umbral.
- Você tem uma mente poluída, sabia? – rebati.
- Bom dia pra você também, Marina – ele respondeu com aquele sorriso irritante.
- Oi, cara, bom te ver, voltou quando? – Rob disse sorrindo, nem tinha se abalado, já estava acostumado com as besteiras do aléx.
- Acabei de chegar, encontrei seu pai lá fora e ele me disse que podia entrar. Mas se eu soubesse que ia interromper um momento tão “delicado”, não tinha vindo sem me anunciar primeiro.- virei pro Rob ignorando o idiota.
- Mamãe está pedindo sua roupa suja. – ele olhou pra mim.
- Ah, tá. – respondeu e começou a catar todas as roupas que estavam espalhadas pelo quarto, que não eram poucas e pegou mais algumas dentro do guarda roupa. – Pronto, pode pegar. – ele disse na minha frente.
- E lá eu tenho cara de empregada? Deixa de ser preguiçoso e vai lá entregar pra ela. – Rob era muito abusado, se eu desse uma mão, ele ia pedir o braço.
- Nossa, sua irmã continua o mesmo “doce” de pessoa. – disse Aléx só pra me chatear.
- E você continua o mesmo babaca. – eu estava espumando de raiva.
- Ok, agora chega de “elogios”. Você, fora do meu quarto – disse pra mim – Aléx, espera aqui que eu já volto. - saí na mesma hora. - Certo, mas não demora que eu quero te contar sobre umas francesinhas fantásticas que conheci na viagem. – ouvi Aléx dizer quando passei por ele.
Pra completar meu dia “perfeito” o Alex ficou pra almoçar, eu mereço! Mas não posso culpá-lo muito, a macarronada com almondegas da mamãe era famosa. Além desse motivo ele tinha vizivelmente uma quedinha pela Char, passou o almoço inteiro olhando as pernas dela e ela o ignorava totalmente, pra minha alegria.
Depois do almoço nossos pais foram para uma sorveteria e eu e as meninas resolvemos ficar de bobeira no quintal, a Char estava sentada na escada pintando as unhas, Juuh lendo uma revista de fofoca deitada numa toalha e fiquei do lado dela acabando meu Harry Potter, até que chegaram os meninos com uma bola de volley.
- E aí meninas, que tal uma partidinha? – Aléx perguntou se virando esperançoso pra char.
- Tô fora. – ela respodeu pra minha satisfação e decepção do Alex – Acabei de fazer as unhas.
- Eu topo! – disse juuh – Você vem, Marina?
- Topo. – respondi só pra ter o prazer de tirar aquele sorriso bobo da cara do Aléx.
Fiquei assistindo os meninos colocorem a rede de volley, quando eles terminaram, me levantei
- Meninas contra meninos? – perguntou o bobão.
- Acho que não vai dar certo, vocês dois juntos vão ter vantagem já que são bem mais altos que a gente, melhor dividir. – sugeriu Julia. – fiz uma careta ao ouvir aquilo – Que foi? – ela perguntou olhando pra mim – revirei os olhos e ela entendeu, ela sabia que eu não ia muito com a cara do engraçadinho - Ah, tá... Então que tal, eu e Aléx contra Marina e Rob, pode ser? – felizmente eles toparam.

Alex logo tratou de tirar camisa, aposto que só pra se exibir pra char, que patético! Tiramos a sorte no cara ou coroa pra ver quem começava, eu e Rob ganhamos. Rob sacou e começamos a partida. Eu podia ser baixinha, mas com certeza me garantia, fiz logo o primeiro ponto.
- Valeu, Mari! – gritou Rob rindo pra mim daquele jeito que me fazia virar manteiga, batemos a mãos dando um “gimme-five”.

Terminamos ganhando o primeiro set e já estávamos com vantagem no segundo, quando ao me virar, senti uma bolada nas costas.

- Ai! – reclamei.
- Desculpa, foi mal! – Aléx pediu desculpas, mas não vi arrependimento nenhum na cara dele.
- Tá, tudo bem? – perguntou Rob de longe.
- Tô, ótima. – respondi.
Aguardei o momento certo de revidar e a oportunidade sugiu, Rob levantou a bola pra mim, corri, pulei e saquei com força, a bola foi direto na cara do Aléx.
- Desculpe, foi mal! – repeti a mesma frase dele, ele me olhou roxo de raiva.
- Sua cadelinha!
- Pede desculpas agora,Aléx! – gritou Rob atrá de mim.
- Porra cara, mas foi ela que jogou a bola na minha cara!
- Não interessa! Pede, agora!
- Nem pensar! –Aléx respondeu e Rob se aproximou da rede.
Rob era o cara mais calmo e tranquilo que eu conhecia, mas não queiram ver ele zangado, ele se transformava.
- Se você não pedir agora, te faço pedir. – ameaçou falando baixo com uma veia pulsando na testa.

- Calma, gente, vamos agir civilizadamente. – falou julia tentando acalma-los
- Pede. – insistiu Rob.
- Agora você vai ficar do lado da irmãzinha, é? – Aléx falou de gozação – Esqueceu que sou teu melhor amigo, meu brother?
- Ninguém fala com a Marina assim na minha frente, NINGUÉM. – ele disse frisando bem a última palavra.
- Tudo bem, Rob. – falei me aproximando dele e colocando minha mão em seu braço, mas ele não olhou pra mim, continuava encarando Aléx, aguardando.
Aléx deu uma olhada para nós dois e surpreendentemente deu uma gargalhada.
- Ai quanta frescura! Tá bom... DESCULPA, Marina! – ele disse exageradamente – Pronto, satisfeito? – Rob parecia na dúvida.
- Ok, agora que tudo foi resolvido podemos acabar isso logo de uma vez? – disse Juuh.
Prosseguimos o jogo, placar final, 2 sets a um, ganhamos fácil.
No final da tarde a confusão já estava esquecida, Rob e Aléx já tinham feito as pazes. Mamãe pediu umas pizzas e todos comemos avidamente com muita Coca-cola. Logo depois Aléx se despedia todos, finalmente.
Tomei meu banho lembrando do rosto do Rob me defendendo, ele tinha ficado realmente irritado, mas não pude deixar de sentir uma onde de emoção com o ocorrido e também gratidão. Estava sentada na minha cama acabando de pentear meu cabelo quando o Rob apareceu na porta, segurando seu violão e umas folhas de papel.
- Posso entrar? – ele parecia inseguro.
- Claro. – respondi um pouco surpresa.
Ele se aproximou, puxou uma cadeira colocando perto de mim e sentou-se.
- Será que você pode me ajudar? - ele perguntou.
- Pode falar. – respondi.
Depois do que ele tinha feito por mim hoje, eu até andaria em brasas se ele me pedisse.
Ele me estendeu as folhas de papel, eu peguei e olhei pra ele.
- Aprendi essa música essa semana na aula de violão, meu professor disse que é uma música brasileira muito famosa, eu tenho a letra em inglês mas eu queria ouvir como ela soa no original em português.Você cantaria pra mim enquanto eu toco?

Olhei pra folha e li o título: “Garota de Ipanema”.
- Conheço essa música, mas não escuto faz muito tempo e meu português deve estar meio enferrujado.
- Não tem problema, faz assim, eu canto uma vez em inglês mesmo só pra você pagar o ritmo, depois é a sua vez.
- Tá bom. – respondi insegura – Mas não vai rir de mim!
- Combinado. – ele disse dando aquele sorriso de matar.
Ele pegou o violão posicionando na perna, logo começou a tocar, enchendo meu quarto com a melodia e começou a cantar com sua voz macia.
“Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor”
Quando ele acabou, eu estava sem fala, ele tinha cantado com tanta simplicidade e sentimento, quase infartei quando ele levantou o rosto no final, cantando a última estrofe me olhando nos olhos.
- E aí, foi tão ruim assim? – ele perguntou sem graça já que eu contianuava muda.
- Nananão! – gaguejei – Foi incrível, adorei!
- Sério? – ele disse alegre.
- Você arrasou! – confirmei.
- Tá legal, agora é a sua vez. – ele olhou minha cara de apavorada e sorriu – Pode deixar, não vou rir, prometo. - ageitou o violão novamente - Pronta?
- Não, mas pode começar. – falei trêmula.
Comecei a cantar bem baixinho, com medo de nem saber mais pronunciar direito, mas para minha surpresa, minha língua desenrolou e na segunda estrofe comecei a me desinibir, ele sorria pra mim me estimulando a continuar, olhei pra ele e vi os pelos de seu braço todos arrepiados, ele ficou vermelho quando percebeu que eu tinha visto essa reação. Terminei me sentindo super bem.
- Agora é a hora que você começa a jogar os tomates e ovos podres? – brinquei.
- Hum, sabia que tinha esquecido de trazer alguma coisa! – rimos juntos - Brincadeira, Marina! Vamos tentar mais uma vez? Agora vou gravar no meu MP4. – disse tirando o aparelhinho do bolso, fizemos então mais uma vez, agora eu me sentia mais confiante e soltei a voz
- Olha, adorei a música em português, soa muito melhor com a melodia e devo confessar, fica muito mais... romântico. – ele disse quando terminamos.
Depois disso eu não sabia mais o que dizer, a gente se olhava timidamente e o Rob sem graça comecou a dedilhar o violão, como alguém conseguia ser tão atrapalhado e fofo ao mesmo tempo?
- Que dane-se a timidez! – pensei.
Me aproximei rápido e dei um beijinho na bochecha na dele, ele congelou a arregalou os olhos.
- Obrigada, isto é por você ter me defendido hoje a tarde. – me virei e beijei a outra bochecha – E isto por tar cantado essa música linda pra mim. – voltei a sentar na cama.
- Humm... Er... De nada. – ele se levantou abruptamente - Acho... acho melhor eu ir agora pra ensaiar mais, outro dia a gente tenta de novo.
- Claro. – falei calmamente.
Não tive como não rir vendo o Rob sair tropeçando em tudo...

5 comentários:

  1. AMOOR FICO SIMPLISMENTE
    LIINDO VIU..POSTA LOGO
    to curiosa *-*

    ResponderExcluir
  2. Aiin amor...eu amei o capitulo viu?
    fico tipo liindo...mais a parte
    mais linda foi o rob defendendo a mari...*-*
    posta logo qe senão eu vo fica MEGA curiosa

    beijo

    ResponderExcluir
  3. Um o que aconteceu? pq parou ta escrever ta tão legal a historiia pena que so achei seu blog agora
    Continua ta indo muito bem

    ResponderExcluir
  4. Oii Flor sou nova aqui achei seu blog e adorei viu posta logo sua historia esta MARAVILHOSA amei*--* bjs

    ResponderExcluir